segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Deveres, obrigações, sentimentos e lágrimas.

Relacionamentos no final, acabam se tornando deveres não? O dever de ligar, o dever de dizer 'eu te amo', o dever de estar presente, o dever de dar o presente. Não é mais por prazer. Não é mais por amor. E quando tudo acaba mal? Como devemos agir? O que devemos fazer? O que temos que falar? Eu sei que tenho que esclarecer muitas coisas que ficaram mal entendidas, eu quero, eu devo. Mas... Esse maldito mas, que sempre faz meus planos geniais irem por água abaixo.
É, não tenho mais desculpas pra fugir do destino. O tempo é curto, me disse um sábio. Vou parar de inventar desculpas pra fugir de mim mesma, a minha consciência está limpa, meu coração aberto e meu sorriso, bem largo. O que me resta a fazer é seguir em frente, sem arrependimentos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

E o mundo dá voltas...

E a gente só percebe isso nas más horas, chega até a ser engraçado. Não vou postar sobre ciência, ou política, ou uma indecisão do futuro, vim falar de sentimento. Estranho né? Falar de sentimento... Bom, seríamos robôs se não sentíssemos nada, seríamos tão fracos se não sofressemos, seríamos tão pobres se não amássemos. Tenho vontade de chorar minhas palavras, tenho vontade de gritar, de voltar no tempo, de apagar erros, de não gritar, de não transparecer fraca. Mas sei que se voltasse no tempo, faria tudo exatamente igual, porque meus erros, meus acertos, meu gritos e choros, são o que eu sou. Me fazem ser como sou. Por mais que eu queira, não posso me arrepender de nada. Não devo me arrepender de nada. O mundo dá voltas e sempre para no mesmo lugar, agora eu sei disso. Talvez seja meu carma, algo que eu precise mudar, algo que o universo aponta com setas reluzentes, mas que eu simplesmente não consigo ver, ou talvez não queira ver. Às vezes frases aleatórias, palavras jogadas em um texto, que se encaixem sozinhas, façam mais sentido do que um texto coeso. Pelo menos pra mim. E nesse momento, eu necessito de um pouco de 'mim', de um pouco de 'eu'. A tristeza devia avisar antes de chegar pra gente fingir que não está. Quanto mais profunda a escuridão, mais próximo está o amanhecer. Acredite.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu podia ouvir a vida, rindo histéricamente de mim.

Naquela noite vestia a minha camisa de flanela, cuidadosamente amassada pelo descuido e pelo tempo, os olhos doídos e marejados e o coração totalmente exausto, mas que mesmo assim, naquele momento, batia tão forte que eu podia ouvi-lo pulsar, eu podia senti-lo na minha garganta prestes a ser posto para fora, a única imagem que tinha na cabeça era a dele, tão perfeito que chegava a doer, eu podia ver sua lembrança mesmo de olhos abertos, tão nitidamente livre da culpa por me deixar naquele estado. Esfreguei os olhos com os punhos cerrados na tentativa de livrar-me daquela imagem, naquela hora a verdade caiu em meus ombros como sacos de cimento, e soava tão pateticamente ridícula quanto a minha cara, eu podia ouvir a vida rindo ironicamente de mim, eu estava, irrevogavelmente, apaixonada por ele. Sofrer por amor soava tão inutilmente desnecessário e ridículo. É, eu podia ouvir a vida. Rindo histéricamente de mim. Senti que tudo ia contra os meus princípios, que o universo girava no fluxo contrário ao meu, e aquilo de certa forma não parecia tão certo.